Kill Bill (vol. 2); Quentin Tarantino (2004)

Não és uma pessoa má. És uma pessoa sensacional. És a minha pessoa preferida. Mas, em certas situações, és capaz de ser uma verdadeira puta. [Bill]


Há consequências quando se parte o coração de um filho da mãe de um assassino. [Bill]


Para tua informação, deixar uma pessoa pensar que alguém que ama está morto, quando não está, é muito cruel. [Bill]


Há algumas coisas que depois de feitas não podem ser desfeitas.


– Dizem que o assassino n.º 1 de gente velha é a reforma. As pessoas que têm um trabalho para fazer têm tendência a viver um pouco mais para poder fazê-lo. Sempre imaginei que os guerreiros e os seus inimigos partilhassem o mesmo relacionamento. Agora que já não tens de enfrentar o teu inimigo no campo de batalha, que sentimento tens? Alívio? Ou Pesar?
– Um pouco de ambos.
– Tretas! Tenho a certeza de que sentes um pouco de ambos. Mas sei muito bem que sentes um mais que o outro. E a pergunta é: qual deles?
– Pesar. [...] Agora, deixa-me responder melhor à pergunta que me fizeste. Neste momento, a maior sensação que tenho é de pesar. Pesar que talvez a maior guerreira que eu tenha conhecido tenha encontrado a morte às mãos de um pedaço de merda, um rústico, um zé-ninguém, um alcoólico como tu! Aquela mulher merecia melhor.
[Budd/Elle Driver]


– Como sabes, sou fã de bandas desenhadas. Especialmente as de super-heróis. Acho toda a mitologia que envolve os super-heróis fascinante. Por exemplo, o meu super-herói favorito, o Super-Homem. Não é uma grande banda, nem particularmente bem desenhada. Mas a mitologia... a mitologia não só é grande, mas é única. [...] Um elemento principal na mitologia do super-herói é que temos o super-herói e temos o alter ego. O Batman é na verdade Bruce Wayne, o Homem Aranha é Peter Parker; tem de vestir um fato para se transformar em Homem Aranha. E é nessa circunstância que o Super-Homem é único. O Super-Homem não se tornou no Super-Homem. O Super-Homem nasceu Super-Homem. Quando o Super-Homem acorda de manhã, já é Super-Homem. O alter ego dele é Clark Kent. O seu fato com o grande S é o cobertor que o tapava em criança, quando os Kents o encontraram. É a roupa dele. O que o Kent usa, óculos, o fato com que trabalha, isso é que é o disfarce. É o que o Super-Homem usa para se misturar entre nós. Clark Kent é a maneira como o Super-Homem nos vê. E quais as características de Clark Kent? É fraco, inseguro de si próprio, é cobarde. Clark Kent é a apreciação do Super-Homem sobre toda a raça humana. Mais ou menos como a Beatrix Kiddo e a Sra. Tommy Plymton. Terias vestido o disfarce da Sra. Tommy Plymton, mas, todas as manhãs, ao acordares, continuarias a ser a Beatrix Kiddo.
– Estás a chamar-me super-herói?
– Estou a chamar-te assassina. Uma assassina nata.
[Bill/Beatrix]


A teu respeito – e a nosso – tenho umas perguntas sem resposta. Por isso [...] vou fazer-te umas perguntas, e quero que me digas a verdade. Contudo, aí reside um dilema. Porque, quando se trata de mim, creio que és verdadeira e absolutamente incapaz de dizer a verdade. Especialmente a mim e ainda menos a ti própria. E quando o assunto sou eu, sou absolutamente incapaz de acreditar no que quer que digas. [Bill]


Se queres viver e comer como um cão, podes ir dormir lá para fora. Se queres viver como um ser humano, pega nesses pauzinhos! [Pai Mei]


É a madeira que deve temer a tua mão e não o contrário! Não admira que não consigas. Aceitas a derrota ainda mesmo antes de começares. [Pai Mei]


– Porque é que ele me aceitou?
– Porque é um homem muito, muito velho. E como todos os filhos da mãe, quando ficam velhos, ficam solitários, o que não tem qualquer efeito nos seus temperamentos, mas ensina-os a dar valor à companhia de alguém.
[Bill/Beatrix]


Essa mulher merece a sua vingança. E nós merecemos morrer. Mas, por outro lado, ela também merece. [Budd]


– Quero ficar sentado ao teu lado.
– O meu lado vai parecer-te um bocado solitário.
– O teu lado sempre foi um pouco solitário...
[Bill/Beatrix]